terça-feira, 14 de abril de 2009

Clima e suas influências

Num mundo em que o turismo atinge foros de importanteactividade económica, o conhecimento do clima torna-se cadavez mais necessário tanto para a obtenção de informação o maisprecisa possível do estado médio – e valores extremos – dotempo numa dada época do ano, como para a escolha da localizaçãodas estações turísticas.As condições gerais da circulação atmosférica provocamuma sensível diminuição da precipitação anual de norte parasul do Continente, reforçada pela assimetria orográfica; abarreira de relevos no Norte e o afastamento do litoral provocammenor queda de chuva no interior, notoriamente narede hidrográfica, muito encaixada, do Douro.Em paralelo com a distribuição da chuva encontra-se a distribuiçãodo número de dias com precipitação igual ou superiora 1 mm e, em sua oposição, os valores da insolação – número dehoras de sol descoberto acima do horizonte – que atingem, noAlgarve, 3 100 horas, dos maiores valores da Europa.A temperatura média do ar evolui em sentido contrário aodas chuvas, ou seja, aumentando de norte para sul onde asamplitudes térmicas são maiores; evolução idêntica se notaentre as temperaturas ao longo do litoral – sempre mais amenase as do interior com muito maiores amplitudes térmicas. Asáreas montanhosas do Norte mantêm-se como ilhas de frescuraao longo dos meses de Verão e no Inverno atingem as temperaturasmais baixas sendo relativamente alto o risco de geada,praticamente desconhecido a sul do Tejo e em todo o litoral.A humidade relativa tem uma distribuição regional poucomarcada de Inverno e uma diminuição acentuada, paralela aolitoral, nos meses de Verão.O vento, ou movimentos horizontais de massas de ar, éoutro elemento de clima que interfere muito directamentecom o sentimento de conforto sentido pelo Homem; e nele,também, se encontra uma diferenciação entre o interior doPaís, onde as direcções e intensidades são variáveis, emcorrelação importante com o relevo e seus alinhamentos; e olitoral, onde são bem marcadas as direcções norte e noroeste.As frentes separam massas de ar de densidades diferentes;pela sua posição, em especial o Continente e o arquipélagodos Açores estão mais sujeitos à passagem de frentes noInverno do que no Verão; ainda devido à posição,esporadicamente, o Continente e a Ilha da Madeira podemser atingidos por poeiras oriundas do Sara.Da relação entre os vários elementos de clima obtêm-seos índices de conforto bioclimático, através dos quais, umavez mais se nota, de uma maneira geral, o contraste entre oNorte e o Sul. Outra medição menos frequente, masessencial pela repercussão em duas actividades importantes– a pesca e o turismo – é a da temperatura da água do mar àsuperfície, junto à costa que, tal como em terra, aumenta denorte para sul e cuja média varia entre 12,3ºC, no mês deJaneiro, em Leixões, e 21,4ºC, nos meses mais quentes (Julhoe Agosto), no Cabo de Santa Maria; mas, tal como noutrosindicadores, notam-se algumas diferenças ao longo dos anos;por exemplo, em Leixões, entre 1956 e 1999 registou-se umasignificativa “tendência crescente de cerca de 0,04ºC/ano”.Para além desta distribuição normal dos elementosclimáticos básicos, verificou-se, pelo estudo de séries longasde valores registados nas estações meteorológicas maissignificativas do Continente, “que o aumento [actual] datemperatura média do ar ocorre em todas as estações [doano], sendo maior no Outono/Inverno do que naPrimavera/Verão... e que a [tendência] da taxa de aumento datemperatura média anual do ar, 0,0074ºC/ano, é semelhante àda média global calculada para todo o planeta”.

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